Esse blog tem tirado férias. Como as de meu marido, em novembro, elas passaram rápido. Já caminhamos para o término de um ano cujas mudanças foram as mais drásticas da minha vida. Muito aprendi, mas muitas das percepções que tenho sobre os seres humanos foram corroboradas. Reafirmaram-se os aspectos de competição, inveja e não-cumplicidade que já compreendia ser inerente a nossa sociedade. A ajuda sempre vem preenchida de prepotência, o cuidar, de interesse, as palavras, de inverdades e críticas e assim caminha a humanidade.
Quando adolescente, confesso não ter sido a mais socializável, entendia que ficar reservada seria uma maneira de fugir da confusão que são as relações humanas. Hoje, essa idéia retorna. Decidi sair um pouco do ambiente da internet, pois pouco tem agregado na minha vida, exceto automatizar minhas relações. Sinto-me distante dos meus mais queridos amigos, ao mesmo tempo, tenho notícias impessoais deles. Dedico tempo a formalidades tendo meu marido, filha e família. Fecho um ciclo.
Ontem consegui, finalmente, assistir Morangos Silvestres. Bergman sempre foi um dos diretores que mais admirei, principalmente pela elaboração de roteiros de tanta densidade e simbologia. Prof. Borg, um médico de 78 anos, a caminho de sua homenagem pela vida acadêmica, põe em xeque toda a sua existência enquanto sonha sobre sua morte. No caminho, descobre a frieza com a qual tratou as pessoas durante toda a vida e busca a redenção em seus últimos momentos.
Não quero descobrir tarde estar priorizando coisas erradas, pessoas erradas... Continuarei escrevendo aqui esporadicamente, dando notícias sobre a pequerrucha que mais amo. No entanto, reservo-me o direito de me reservar e criar a minha pequenina como acredito ser o melhor para ela e não para os outros. Mesmo que nós, eu e ela, façamos parte de uma minoria.
Um abraço,
Suellen