quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Quando o Choro Acontece


Todos sabemos da única linguagem instintiva com a qual os bebês nascem: o choro. O reflexo do choro pode ter vários motivos e também, acreditem, pode não ter nenhum. Os 3 principais fatores são: fome, sono e desconfortos diversos. Fome e sono explicam-se por si mesmos, mas a lista de desconfortos possíveis é imensa, causando nas mamães certo desespero em relação à demanda de seus pequenos. Cólica, dor, frio ou calor, fralda suja, dente nascendo, tédio (preciso de mais estímulo ou menos estímulo), até para demandar colo esses pequenos choram.

Por que tudo isso? Recém nascidos, de poucas semanas, costumam ter seus choros relacionados a fatores bem simples; geralmente fome e sono, se o bebê não estiver com algum tipo de dor. Mas conforme vão crescendo conseguem discernir que o choro pode causar alguma reação específica no cuidador. Logo, se sempre que o bebê chora você o acalenta no colo, provavelmente, quando ele quiser colo, irá chorar, pois prevê a ação que está por vir. Algo semelhante acontece na inserção da chupeta para acalmar os ânimos. Um bebê que dorme com a chupeta, pode começar a cuspi-la e chorar uma vez que sabe que alguém retornará no quarto para colocá-la de volta. Portanto, os choros se complexificam a medida que o bebê começa a tomar ciência das coisas em seu redor.

Existem algumas técnicas muito eficazes para acalmar o choro de um bebê de até três meses e o principio delas se baseia na simulação do ambiente uterino. Conforme o Dr. Harvey Karp, pediatra dos EUA com 30 anos de experiência na área, o bebê de até três meses vivencia o quarto trimestre da gestação. Isso porque, para esse especialista, os bebês são muito mais fetos do que crianças e a adaptação ao mundo de fora é bastante desconfortável. Logo, simular a barriga ativa os reflexos que acalmam o bebê. São eles: colocar na manta, de maneira que os braços fiquem bem apertadinhos; colocá-lo de lado ou de bruços; balançar ou mais conhecido como ninar; chiar perto do ouvidinho (shhhh); e, por último, ativar a sucção através da chupeta. Nesta ordem, o bebê vai acalmando.

Há quem discorde dessas soluções e defenda que o bebê deve ser deixado chorando, para aprender a se acalmar sozinho. Mas escrevo isso hoje para vocês alertando: não façam isso. Ontem tive uma experiência muito traumática, de deixar a Liv choramingar um pouco. Acreditem, o choro se intensifica até tornar-se inconsolável. Ontem, após o banho, recebemos belas visitas e a Liv ficou toda empolgada. O resultado foi uma tarde sem sono. Outra recomendação: nunca deixe seu bebê sem dormir, acreditando que ele dormirá bem depois, pois estará muito cansado (até para mamar). Estabeleça uma rotina e rituais de sonecas e você terá um bebê muito mais tranqüilo.

Bom e como a situação foi resolvida? Após minutos (que pareceram horas) de choro forte de sono, tentei tudo que vocês possam imaginar e após acalmá-la um pouco com um banho e balanço no colo, deitei-a no berço com a chupeta e o secador ligado. O chamado “ruído branco” produzido por motores de secadores, aspirador de pó e até por uma rádio sem sintonia servem muito bem na simulação do barulhão que bebês escutavam no útero. Assim o sono veio. Então, hoje, venho alertar: não deixem seus bebês chorando por muito tempo, tente, com tranqüilidade (esse é o mais difícil), usar técnicas para acalmá-lo. Você não vai mimar, afinal, pense como a transição útero-ambiente externo é para os recém nascidos. Eles precisam, sim, de ajuda nos primeiros meses e nós estamos aí para isso!

Um abraço!

Suellen


Técnicas para acalmar o choro: http://www.youtube.com/watch?v=s1_ifqYKmVw

Um comentário:

  1. Desse jeito vai encantar ainda mais o marido! Adoro a sua forma de escrita. Passa muita clareza e segurança. Beijos, meu amor!

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