Sempre ao término da semana a sensação que tenho é de missão cumprida. Cuidar sozinha de todos os fazeres de uma casa e de um bebê é tarefa de malabarismo cotidiano. Acrescente a esse dia-a-dia uma faculdade e, se tudo der certo, um trabalho, eis que, suponho, se faz uma mulher a beira de um ataque de nervos.
Refletindo sobre a nossa natureza de mãe, penso que, talvez, sejamos todas um pouco doidas. Mulheres complexas que somos por essência, a maternidade dá um quê a mais em nossos espíritos. Nos sentimos mais solitárias e por isso ansiamos conversar; falamos rapidamente pela necessidade de compartilhar o vivido. Nossas emoções estão sempre a flor da pele, seja felicidade, seja tristeza ou raiva, tudo é exacerbado. Essa loucura possibilita vivenciar o dia-a-dia sem surtar completamente.
Quem não reconhece que o mundo de mãe, principalmente de bebês, é esquizofrênico? Quantidade considerável de nós passa a maior parte do tempo dentro de casa, pois poucos passeios se mostram adequados a mães e bebês. Mal conseguimos ler um livro, ver um filme inteiro, ou um noticiário... Difícil tirar de nós comentários a cerca do mundo out side.Nos fechamos no mundo mágico de nossos bebês, gostoso, mas sem completude da realidade.
Essa realidade esquizoide tem seus estágios: negação, raiva, barganha, depressão e aceitação, Ok, nós mães não somos doentes terminais e algumas de nós aceitam muito bem a nova fase, sem questionamentos. Não obstante, se tornar mãe significa a morte da liberdade como indivíduo e início de uma preocupação perpétua, que nunca nos abandonará. Tensão é um sentimento que tem me acompanhado nos últimos 3 meses. E isso tem refletido de forma negativa nos meus relacionamentos, principalmente, naqueles de convívio diário.
Devo me espelhar nos astronautas. Sempre admirei muito essa profissão, pois, cercada de um misticismo curioso, o sujeito precisa ser o mais equilibrado e centrado da Terra. Recebe treinamento árduo para ter forças físicas e psicológicas para suportar as mudanças não só de pressão e temperatura, mas do confinamento sob o qual ele é submetido. Como recompensa, vê um Universo lindo, cheio de estrelas, novos planetas e, mais importante, observa a Terra sob uma nova perspectiva. Toda beleza e aprendizado que o Universo detêm podem não ser aproveitados se esse astronauta focar apenas nos aspectos penosos do seu trabalho. Acho que toda mãe deve se espelhar nos astronautas...
Um abraço a todos que leêm,
Suellen
PS: Hoje, quero deixar um recadinho:
Marido, perdoe-me por descabelar você toda a noite com o meu cansaço e preocupações. Te amo para todo sempre. Espero que possamos nos divertir no final de semana.
Amor, eu também contribuo para o aumento do seu cansaço e das preocupações. Juro que tento me colocar no seu lugar sempre há algum estresse, pra que o sofrimento de ambos seja menor. Te amo muito, coisa mais linda do mundo!
ResponderExcluirLindas e verdadeiras palavras...
ResponderExcluirEssa comparação é maravilhosa, nunca tinha pensado nisso, mas define muito bem nosso papel de mãe e a forma como vemos essa fase que estamos vivendo.
Beijos!!!
Suellen,
ResponderExcluirNão sei se você já ouviu falar de mim... sou amiga da Mainá e tive meu bebêzinho pertinho de você! Ele acabou de fazer 2 meses.
Amei o seu blog, sua forma de escrever e por em palavras mil sentimentos que tenho e não consiguia se quer identificá-los.
Parabéns! Já estou te seguindo! :)
Beijos
Fátima,obrigada pelos comentários e por acompanhar o blog!!
ResponderExcluirCarol, parabéns pelo seu bebê!! Espero que possamos trocar figurinhas já que temos filhotes com mesmo tempo de vida! Obrigada pela visita!